quinta-feira, 22 de julho de 2010

A IGREJA EM TRÊS DIMENSÕES

A IGREJA EM TRÊS DIMENSÕES

A Igreja em três dimensões é apenas uma forma de exemplificar seu nascimento e fundamento, crescimento e solidificação, razão existencial e eternidade.

A Igreja dos Evangelhos ainda está nascendo e seu embrião em formação. O processo de gestação é inédito e singular, único. É o cumprimento de um projeto de milhares de anos, feito por Deus Pai, agora sendo realizado através do Seu Filho, Jesus Cristo, o Messias prometido.
A primeira manifestação existencial da Igreja deu-se no momento em que Maria engravidou-se do menino Jesus. Cristo, O Cabeça da Igreja, é o segredo de sua materialização. Na verdade, sem Ele nada do que foi feito se fez. (João 1:3)
Nos Evangelhos encontramos a história do incansável trabalho do Mestre e Fundador da Igreja, Jesus Cristo, plantando as primeiras sementes do Seu projeto e semeando Seu ensinamento de estruturação, trazendo o projeto à realidade. O tempo de plantio para a primeira colheita foi de aproximadamente três anos e meio, o tempo de duração do processo discipulador, o tempo do ministério terreno de Jesus – como conhecemos. As regras precisavam ser conhecidas e reveladas e, como em tudo, o Fez com perfeição.
A palavra Igreja aparece apenas duas vezes nos Evangelhos e se encontra em Mateus 16:18 e 18:17. Quando aparece no capitulo 16, dá-nos uma ideia de totalidade. Já no capitulo 18:17, há um exemplo de fragmento, como se tratasse de uma congregação e suas questões internas ou entre irmãos.
Nos Evangelhos a Igreja ainda estava em formação. Sendo ela em sua totalidade considerada como o trigo, esse era o tempo em que o terreno estava sendo aplainado e as sementes sendo lançadas. Estava sempre sendo regada com sinais, maravilhas e prodígios. E as sementes ao receberem estas dádivas, iam criando raízes, pois logo se tornariam na realização do projeto de Deus para o Homem.
Quando a palavra Igreja aparece nas palavras de Jesus para Pedro em Mateus 16:18, Jesus diz :”edificarei a minha igreja”, vemos o verbo sendo conjugado no futuro, o que aconteceria em um tempo breve.
A ideia do que seria a Igreja ainda não era concebida de maneira responsável por aqueles que seguiam a Jesus, ouviam Sua voz e entendiam Suas palavras, pois as dimensões em que chegaria, apenas Jesus sabia e qual o caminho que deveria ser percorrido para que a colheita não se perdesse e os frutos gerassem sementes que dariam continuidade ao projeto original.
As testemunhas oculares registraram o bastante para testificar sobre Aquele que deu Sua vida para que a Igreja pudesse ter vida e vida eterna, segundo o projeto do Pai. Isso tornou-se realidade quando Jesus Cristo morreu, ressuscitou, subiu aos céus depois de quarenta dias de ressuscitado e enviou o Espírito Santo para guiá-la e lembrá-la das regras e promessas para que sua existência não fosse extinta.
Os Evangelhos registram o grande trabalho de Jesus e o sucesso absoluto de Sua missão. Quando caminhamos na História, ao sairmos dos Evangelhos nos deparamos com os atos ou atitudes daqueles que ouviram, creram e deram continuidade ao projeto chamado Igreja. O livro de registro do nascimento é chamado de Atos dos Apóstolos. Este livro nos traz os primeiros frutos da colheita plantada por Cristo. São pessoas que agora ao serem alcançadas pelos ensinamentos de Jesus através dos discípulos, começam a somar em números, dando forma ao Corpo de Cristo – A Igreja – agora começando a dar seus primeiros passos.
O Livro de Atos nos mostra agora a Igreja existindo e sendo cada vez solidificada pelos ensinamentos deixados por Jesus. Os grandes feitos dos apóstolos começam a aparecer, uma vez que precisam caminhar com as “próprias pernas”, pois outrora Jesus estava visível a todos e tudo parecia mais fácil; todos sabiam que Jesus resolveria qualquer questão. Precisavam continuar dependentes de Jesus, mas sabendo que eles seriam as pessoas que fariam as coisas anteriormente feitas pelo Mestre. O Poder estava penhorado através do Espírito Santo que habitava nos corações dos novos cristãos.
Esta dimensão de crescimento e solidificação custaria a vida de muitos, assim como custou a vida do próprio Cristo. A Igreja apresentada em Atos já não era somente cabeça, mas já possuía um corpo que crescia e continuaria este processo com o passar dos séculos.
Ela aparece como uma jovem e bela noiva que, ao casar-se, geraria filhos, envelheceria e chegaria o tempo de ir para um plano ainda maior. E isso aparece figurativamente nos escritos do Apocalipse, dando-nos um parecer concernente ao futuro desta noiva, a Noiva de Cristo.
Os escritos de João, em suas três epístolas já no final do compêndio bíblico, reportam-nos a obedecermos a Cristo, estarmos atentos na responsabilidade que traz ao nos tornarmos participantes do Seu Corpo. Isto é fundamental para o crescimento e fortalecimento da comunhão entre Corpo e Cabeça.
O livro do Apocalipse traz a razão existencial e eternidade, o grande casamento, a grande colheita, o grande encontro, a grande promessa, o grande dia, em que veremos o resultado de todo o trabalho feito por Jesus e por Seus discípulos no decorrer dos séculos. Veremos que a Igreja não se limitou em etnias, raça, fronteiras ou línguas. Ela será reunida para estar para sempre com O autor e consumador da nossa fé, a saber, JESUS CRISTO.



Mauricio S. Affonso