domingo, 5 de setembro de 2010

Inquisição Moderna

A Igreja cristã sofreu perseguição desde sua organização através dos apóstolos e discípulos de Jesus Cristo. O próprio Cristo nasceu sob perseguição e durante sua vida ministerial, esta teve seu ápice, no momento em que O crucificaram junto com dois meliantes no alto de um monte chamado Gólgota, em Jerusalém. Jesus Cristo morreu aos trinta e três anos de idade e mudou a Historia da Humanidade para antes de depois dEle.
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Seus seguidores deram continuidade à Sua pregação e morreram, sob as mais terríveis formas de tortura e condenação. Um dos seus implacáveis perseguidores foi Saulo, de Tarso, que possuía a cidadania romana e tinha carta branca para exterminar os cristãos.
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Segundo a Bíblia, Saulo estava a caminho de mais uma de suas atrocidades contra os cristãos, quando o próprio Jesus lhe apareceu e depois desta experiência tornou-se um dos seguidores mais conceituados pelo cristianismo. Roma tornou-se, com o tempo, o centro do cristianismo e todas as decisões relacionadas a ele passava por ali.
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Agora, de perseguidor passou a ser perseguido por causa da pregação das doutrinas e ensinamentos deixados por Jesus. Com o passar das décadas e séculos, a Igreja cristã, de perseguida passou a ser perseguidora daqueles que diferiam de suas doutrinas. E matou em um número muito mais elevado que os seus próprios mártires foram sucumbidos. Isto porque heresias começaram a surgir no próprio seio da igreja cristã e, como se tornou a religião oficial do Estado, quem não estivesse de acordo com ela, pagaria com a vida pela “desobediência”.
Com o crescimento desta corrente religiosa, as distâncias entre uma igreja e outra (Oriente e Ocidente), passou a ser mais difícil de coincidir suas mudanças e em 1052 acontece o grande cisma, passando oficialmente a existir a Igreja cristã Oriental e Ocidental.
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A historia negativa que a Igreja cristã deixou através dos séculos marcou não somente a sua própria, como afetou a de inúmeros povos em toda a face da Terra. A Reforma Protestante no início do século XVI foi a esperança de uma mudança e o retorno ao verdadeiro sentido do cristianismo.
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Com tendências futuristas do século XXI e as inúmeras mudanças doutrinárias, os inúmeros nomes e incontáveis igrejas surgindo, estamos à beira de uma nova Reforma, já que as "teologias" tem trazido tantas novas interpretações de alguns textos isolados da Bíblia. A quantidade de pregadores pedindo dinheiro em quantidades exorbitantes até nos assustam nos deixando tão perplexos, quase acreditamos na mágica em dar mil reais e colher um milhão. Não aguento mais ouvir pessoas dizendo no meio de suas "mensagns" que 70 pessoas foram reveladas para darem mil reais cada, pois Deus tem um plano especial para elas, e tal...e eu me sintindo diminuído por não ter uma oferta de valor maior que dez reais, se tratando de valores em dinheiro e não em valores espirituais - é claro. Sinto um nó na garganta por ter a fraqueza de no momento pensar que o plano para mim é inferior. Isso me lembra uma outra época da História em que envolvia alguma coisa como que indulgência, sei lá...acho que sou eu quem está errado - vai saber, né !
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Vi uma pessoa na televisão recentemente pedindo dinheiro para um projeto milhonário no Brasil, e em sua justificativa para que a oferta fosse entregue por quem estivesse ouvindo, é que se você não tem mãos "abençoadas" só pode semear R$1.000,00, mas se tem mãos abençoadas você pode semear R$100.000,00 e até mesmo R$ 1.000.000,00. Acho que preciso de uma semente dessa árvore, cujas folhas são cédulas de cem reais, verdinhas, viçosas, e na estação seca produz frutos e suas folhas nunca murcham...ah até me lembrei de um salmo, mas acho que se trata de outra coisa...penso eu.
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Quando é que o rostinho dessas pessoas vão começar a corar e pararem de explorar um povo já super explorado pelo governo com seus impostos abusivos, suas corrupções por privilégios surreais?
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Que tal voltarmos a pensar no verdadeiro efeito do Evangelho na vida das pessoas que é uma transformação do estado de caído para estarem de pé, de desespero por esperança, de perdidos por achados e de condenados a salvos !
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Não sou contra a pregação quanto aos compromissos financeiros das igrejas e seus momentos ofertórios e dízimos, mas tem gente exagerando e não sabe falar outra coisa se não a proposta do "rico mais cedo". O princípio de colheita já está estabelecido pelo próprio Jesus quando disse que tudo que o Homem semear isso também ceifará.
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Ao analisar a trajetória de Jesus Cristo, pode-se ver claramente, aqueles que O perseguiam, aqueles que O odiavam, os que O testavam, outros que O amavam, os que O admiravam, outros que O divulgavam e criam nEle como um profeta, etc., e mesmo com todo esse povo que o rodeava, nada poderia deter Sua missão e a mensagem que pregava, juntamente com as promessas que fazia.
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Seu sofrimento e força, tortura e crucificação, morte e exemplo deixados, para alguns não foi o suficiente - como forma de comparação de opressão ao inocente – para que não houvesse mais a repetição de tal ato. A busca por interesse em Poder Temporal, status e o epíteto de “Temido”, foram razões maiores em seus psiques para executarem de igual modo a inocentes no decorrer dos anos, em nome da fé (distorcida) nAquele que iniciou o cristianismo com mansidão.
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quinta-feira, 22 de julho de 2010

A IGREJA EM TRÊS DIMENSÕES

A IGREJA EM TRÊS DIMENSÕES

A Igreja em três dimensões é apenas uma forma de exemplificar seu nascimento e fundamento, crescimento e solidificação, razão existencial e eternidade.

A Igreja dos Evangelhos ainda está nascendo e seu embrião em formação. O processo de gestação é inédito e singular, único. É o cumprimento de um projeto de milhares de anos, feito por Deus Pai, agora sendo realizado através do Seu Filho, Jesus Cristo, o Messias prometido.
A primeira manifestação existencial da Igreja deu-se no momento em que Maria engravidou-se do menino Jesus. Cristo, O Cabeça da Igreja, é o segredo de sua materialização. Na verdade, sem Ele nada do que foi feito se fez. (João 1:3)
Nos Evangelhos encontramos a história do incansável trabalho do Mestre e Fundador da Igreja, Jesus Cristo, plantando as primeiras sementes do Seu projeto e semeando Seu ensinamento de estruturação, trazendo o projeto à realidade. O tempo de plantio para a primeira colheita foi de aproximadamente três anos e meio, o tempo de duração do processo discipulador, o tempo do ministério terreno de Jesus – como conhecemos. As regras precisavam ser conhecidas e reveladas e, como em tudo, o Fez com perfeição.
A palavra Igreja aparece apenas duas vezes nos Evangelhos e se encontra em Mateus 16:18 e 18:17. Quando aparece no capitulo 16, dá-nos uma ideia de totalidade. Já no capitulo 18:17, há um exemplo de fragmento, como se tratasse de uma congregação e suas questões internas ou entre irmãos.
Nos Evangelhos a Igreja ainda estava em formação. Sendo ela em sua totalidade considerada como o trigo, esse era o tempo em que o terreno estava sendo aplainado e as sementes sendo lançadas. Estava sempre sendo regada com sinais, maravilhas e prodígios. E as sementes ao receberem estas dádivas, iam criando raízes, pois logo se tornariam na realização do projeto de Deus para o Homem.
Quando a palavra Igreja aparece nas palavras de Jesus para Pedro em Mateus 16:18, Jesus diz :”edificarei a minha igreja”, vemos o verbo sendo conjugado no futuro, o que aconteceria em um tempo breve.
A ideia do que seria a Igreja ainda não era concebida de maneira responsável por aqueles que seguiam a Jesus, ouviam Sua voz e entendiam Suas palavras, pois as dimensões em que chegaria, apenas Jesus sabia e qual o caminho que deveria ser percorrido para que a colheita não se perdesse e os frutos gerassem sementes que dariam continuidade ao projeto original.
As testemunhas oculares registraram o bastante para testificar sobre Aquele que deu Sua vida para que a Igreja pudesse ter vida e vida eterna, segundo o projeto do Pai. Isso tornou-se realidade quando Jesus Cristo morreu, ressuscitou, subiu aos céus depois de quarenta dias de ressuscitado e enviou o Espírito Santo para guiá-la e lembrá-la das regras e promessas para que sua existência não fosse extinta.
Os Evangelhos registram o grande trabalho de Jesus e o sucesso absoluto de Sua missão. Quando caminhamos na História, ao sairmos dos Evangelhos nos deparamos com os atos ou atitudes daqueles que ouviram, creram e deram continuidade ao projeto chamado Igreja. O livro de registro do nascimento é chamado de Atos dos Apóstolos. Este livro nos traz os primeiros frutos da colheita plantada por Cristo. São pessoas que agora ao serem alcançadas pelos ensinamentos de Jesus através dos discípulos, começam a somar em números, dando forma ao Corpo de Cristo – A Igreja – agora começando a dar seus primeiros passos.
O Livro de Atos nos mostra agora a Igreja existindo e sendo cada vez solidificada pelos ensinamentos deixados por Jesus. Os grandes feitos dos apóstolos começam a aparecer, uma vez que precisam caminhar com as “próprias pernas”, pois outrora Jesus estava visível a todos e tudo parecia mais fácil; todos sabiam que Jesus resolveria qualquer questão. Precisavam continuar dependentes de Jesus, mas sabendo que eles seriam as pessoas que fariam as coisas anteriormente feitas pelo Mestre. O Poder estava penhorado através do Espírito Santo que habitava nos corações dos novos cristãos.
Esta dimensão de crescimento e solidificação custaria a vida de muitos, assim como custou a vida do próprio Cristo. A Igreja apresentada em Atos já não era somente cabeça, mas já possuía um corpo que crescia e continuaria este processo com o passar dos séculos.
Ela aparece como uma jovem e bela noiva que, ao casar-se, geraria filhos, envelheceria e chegaria o tempo de ir para um plano ainda maior. E isso aparece figurativamente nos escritos do Apocalipse, dando-nos um parecer concernente ao futuro desta noiva, a Noiva de Cristo.
Os escritos de João, em suas três epístolas já no final do compêndio bíblico, reportam-nos a obedecermos a Cristo, estarmos atentos na responsabilidade que traz ao nos tornarmos participantes do Seu Corpo. Isto é fundamental para o crescimento e fortalecimento da comunhão entre Corpo e Cabeça.
O livro do Apocalipse traz a razão existencial e eternidade, o grande casamento, a grande colheita, o grande encontro, a grande promessa, o grande dia, em que veremos o resultado de todo o trabalho feito por Jesus e por Seus discípulos no decorrer dos séculos. Veremos que a Igreja não se limitou em etnias, raça, fronteiras ou línguas. Ela será reunida para estar para sempre com O autor e consumador da nossa fé, a saber, JESUS CRISTO.



Mauricio S. Affonso